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Igrejas históricas em Imbituba: conheça cada uma delas

Imbituba, na bela costa de Santa Catarina, é uma cidade que deslumbra não apenas pela sua maravilhosa paisagem litorânea, mas também pelo rico patrimônio histórico que abriga. Entre os tesouros que contam a história da colonização e da fé na região estão as igrejas históricas em Imbituba.

Em meio às brisas marítimas e ao fervor religioso, essas construções se erguem como monumentos à devoção e à arquitetura, convidando os visitantes a uma viagem no tempo.

Neste artigo, convidamos você a explorar o legado cultural e espiritual das igrejas históricas de Imbituba, mergulhando em sua beleza arquitetônica e descobrindo as narrativas religiosas que moldaram essa encantadora cidade litorânea de Santa Catarina, onde há tanta coisa bacana para se fazer.

Igrejas históricas em Imbituba

Igreja de Sant’Ana de Vila Nova

A Igreja de Sant’Ana de Vila Nova, em Imbituba/SC, é um tesouro histórico que nos transporta de volta ao ano de 1747, quando açorianos ergueram esta bela construção no coração do bairro de Vila Nova.

Seus alicerces estão firmemente plantados na Rua Santana, número 294-336, e é uma joia arquitetônica que enche de orgulho a cidade de Imbituba.

Ao longo dos séculos, esta igreja resistiu ao teste do tempo, mantendo-se como um pilar da história da colonização portuguesa em Santa Catarina.

Em 1753, ela se tornou a primeira paróquia da região, por ordem de Dom João V, marcando assim um importante momento religioso na comunidade.

O processo de construção desta igreja começou modestamente em 1747, quando uma capela de pau a pique, coberta com palhas, foi erguida em devoção a Santa Ana.

Os construtores, em sua devoção e fé, colocaram uma imagem da santa no altar, e este gesto de fé se estendeu através dos séculos. A igreja foi construída ao longo dos anos, alcançando sua conclusão em 1765.

No entanto, as dificuldades econômicas que a localidade enfrentou ao longo dos anos afetaram o estado de conservação da igreja.

Já em 1842, a comarca de Laguna solicitava ao governo da Província de Santa Catarina que a restaurasse, demonstrando o apreço e a importância que a comunidade atribuía a este local de culto.

A igreja de Sant’Ana (também conhecida como Santana) teve uma história entrelaçada com a Paróquia do Mirim até 1951, quando se tornou independente. Em seu 230º aniversário, passou por reformas, incluindo a adição de uma torre.

Sua fachada principal é uma verdadeira obra de arte, com duas torres sineiras que enquadram o corpo central que apresenta uma porta majestosa, duas janelas logo acima da porta e, no frontão, um “óculo” – uma abertura que lembra um olho vigilante, observando silenciosamente o passar dos anos.

As paredes da igreja, construídas pedra sobre pedra, com argamassa de barro, areia e óleo de baleia, têm a robustez de um monumento que perdura no tempo.

A igreja de Sant’Ana de Vila Nova é mais do que uma construção, é um retrato vivo da colonização portuguesa na cidade, um testemunho da devoção e da história que moldaram esta comunidade.

Hoje, essa preciosidade arquitetônica é protegida como patrimônio cultural de Santa Catarina, graças aos esforços da Fundação Catarinense de Cultura, que reconhece o valor inestimável que essa igreja representa.

Para aqueles que visitam este santuário histórico, não apenas podem apreciar sua arquitetura, mas também encontrar tranquilidade nas sombras das árvores na Praça de Vila Nova, que abraça carinhosamente a igreja.

Além disso, uma academia de ginástica ao ar livre oferece uma oportunidade para a comunidade se exercitar e se fortalecer.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, localizada na Rua Imaculada Conceição, número 111, em Imbituba, Santa Catarina, é um marco histórico que nos transporta ao ano de 1878, quando a cidade viu nascer não apenas um templo religioso, mas uma história de fé e devoção que perdura até os dias de hoje.

A história dessa igreja única começa com um evento inesperado e providencial: o naufrágio de um navio inglês nas praias de Imbituba, carregado de material destinado à estrada de ferro Dona Tereza Cristina.

O comandante, um irlandês profundamente católico, sobreviveu ao naufrágio e, em agradecimento, doou ao povo de Imbituba uma belíssima imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição. Esse gesto generoso marcou o início da devoção a Nossa Senhora na região.

Na época, não havia uma igreja para abrigar a imagem, então ela ficou sob os cuidados de um homem chamado Capitão Caldeira.

Posteriormente, a imagem passou para as mãos de Joaquim Galindro, um português que a guardou com zelo até o ano de 1898, quando foi construída a primeira capela.

Em 26 de junho de 1898, realizou-se a cerimônia de “benzimento” da pedra fundamental da primeira igreja de Imbituba, na atual Capelinha da Praia.

Conforme Imbituba crescia, tornava-se claro que era necessária uma igreja maior para acomodar a crescente população. O grande Henrique Lage deu início às obras do porto de Imbituba, e a cidade continuava a prosperar.

O então vigário de Mirim, Pe. Paulo Hobold, tomou a iniciativa de construir uma nova igreja, lançando a pedra fundamental em 14 de março de 1942.

A construção da igreja durou de 1946 a 1954 e contou com o apoio da comunidade paroquial e da colaboração da Cia Docas de Imbituba.

A Igreja Matriz de Imbituba é uma obra-prima da arquitetura, destacando-se por seu estilo tardio colonial, clássico e perfeito. Seu altar-mor, uma doação da família Catão, é uma verdadeira obra de arte esculpida em mármore branco de Carrara.

No topo do altar, havia uma imagem da Imaculada Conceição, esculpida em rococó, uma peça rara e de valor inestimável. Infelizmente, esta imagem foi roubada da igreja em 1982, um triste sacrilégio que deixou um vazio na igreja e na comunidade.

Em 15 de novembro de 1956, a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição foi oficialmente instituída, com o Pe. Dr. Itamar Luiz da Costa como seu primeiro pároco.

Pe. Itamar, um homem de fé e oração, liderou a paróquia até 3 de abril de 1970, quando faleceu repentinamente. Ele foi sucedido por uma série de padres que serviram à comunidade com dedicação ao longo dos anos.

Hoje, a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição continua a ser um farol de fé e devoção em Imbituba. Sob a liderança do Pe. José Eduardo Bittencourt, a igreja se esforça para acolher a comunidade e preservar sua rica história.

O Memorial dedicado ao Pe. Itamar, inaugurado em 30 de novembro de 2008, é um testemunho desse esforço, resgatando a memória e os restos mortais do primeiro pároco.

Em 2010, a igreja foi enriquecida com a pintura do presbitério, tornando-a ainda mais bela e acolhedora. A Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição é um local onde a fé e a história se entrelaçam, um lugar de devoção e um testemunho da jornada espiritual da comunidade de Imbituba.

Capela São Pedro

A Capela São Pedro, carinhosamente conhecida como Capelinha da Praia ou Igrejinha do Porto, é um verdadeiro tesouro histórico de Imbituba, Santa Catarina.

Localizada na Av. Manoel Florentino Machado, número 288, no bairro de Paes Leme, essa capela tem uma história que se entrelaça com a do Porto de Imbituba, desdobrando-se ao longo de mais de 120 anos.

A história da Capela São Pedro começou em 1898, em uma época em que Imbituba tinha apenas duas ruas principais. A capela, inicialmente chamada de Capelinha da Praia, ganhou esse nome por estar situada nas proximidades da praia do Porto, na Enseada de Imbituba.

O altar da capela abrigava a imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição – que atualmente se encontra na Matriz, como falamos antes – trazida por um capitão irlandês de um pequeno navio que naufragou perto de Imbituba.

A partir desse momento, a imagem passou a ser conhecida como a “Padroeira de Imbituba”.

Com o passar dos anos, a Capela de São Pedro passou por inúmeras provações. Danificada pelo tempo e pelos elementos, ela foi reconstruída com a fé de uma comunidade que a considerava um local sagrado e cheio de paz.

Em 1991, a capela passou por um processo de restauração devido aos danos significativos em sua estrutura.

Em 2018, a capela passou por uma importante mudança. Anteriormente, ela estava localizada no coração do complexo portuário, mas foi transferida para um local de fácil acesso aos cidadãos, de frente para a Rua Manoel Florentino Machado.

Essa transposição foi realizada com muito cuidado, com a Comissão de Patrimônio Histórico e Cultural do Porto conduzindo estudos históricos e análises estruturais para preservar ao máximo suas características originais. Materiais valiosos puderam ser reaproveitados durante essa transição.

A entrada para a capela é marcada pelo antigo pórtico de acesso ao Porto, onde visitantes podem encontrar estacionamento.

A praça em frente à capela leva o nome de “Praça do Senhor Luizinho”, em homenagem a Luiz Fernandes dos Santos, um ex-funcionário do Porto que dedicou quase 40 anos de sua vida para cuidar da capela.

A capela é muito mais do que uma estrutura religiosa; é um marco na história de Imbituba. Sua transferência para um local mais acessível visa aproximar a população de um monumento que desempenhou um papel significativo na cultura e nas festividades locais ao longo dos anos.

O Porto de Imbituba, por meio da Autoridade Portuária, tem trabalhado incansavelmente para preservar e revitalizar esse importante pedaço da história de Imbituba.

A Capela de São Pedro é um lugar de devoção, memórias e celebrações, e seu renascimento representa um compromisso com a preservação da herança cultural e religiosa da comunidade local.

Igreja de Santa Ana Mirim

A Igreja de Santa Ana Mirim em Imbituba, Santa Catarina, é um tesouro histórico que nos remete às raízes profundas da colonização e da fé nessa região.

Fundada por pessoas que vieram do Rio D’Una, perto do Riacho, a Freguesia de Sant’Ana de Mirim tem uma história que se entrelaça com a própria história de Santa Catarina.

O terreno que serviu de base para a Freguesia foi doado por João Homem da Costa e demarcado por determinação da Câmara Municipal de Laguna em 13 de julho de 1852.

A Vila de Mirim, uma das mais antigas de Santa Catarina, se destaca em importância na história do estado, não apenas por suas raízes históricas, mas também pelo seu povo, uma das comunidades de fé mais antigas da região.

A Igreja Sant’Ana de Mirim foi criada nos idos de 1800 e elevada à categoria de Paróquia em 28 de abril de 1856.

Até 15 de novembro de 1956, a sede do município de Imbituba estava sob a jurisdição da Paróquia de Mirim, cujo vigário era o Padre Paulo Hobold.

A herança cultural deixada pelos antepassados é um testemunho vivo da identidade desta comunidade. É fundamental conhecer e preservar esses valores culturais, que são uma marca forte e inconfundível das comunidades do litoral de Santa Catarina.

A atual comunidade de Mirim mantém viva a tradição com eventos como Corpus Christi, o Encanto Coral e a tradicional festa da Padroeira Sant’Ana e do Divino Espírito Santo, que inclui a Cantoria Petitória da Bandeira do Divino.

A igreja, erguida para abrigar os fiéis católicos e a imagem de Sant’Ana, apresenta um altar datado de 1918 com belas obras sacras. Além disso, está situada em uma das comunidades mais tradicionais de Imbituba.

O Mirim, desde cedo, destacou-se como uma das maiores concentrações pesqueiras da região, devido às excelentes condições da lagoa.

Assim como outras comunidades que cultivam a tradição açoriana, a Igreja de Santa Ana Mirim realiza anualmente a Festa do Divino Espírito Santo e da Padroeira Sant’Ana, mantendo viva a chama da fé e da cultura que marcaram essa região ao longo dos séculos.

Conhecer e valorizar essa herança cultural é essencial para preservar a identidade e a história dessa comunidade única de Imbituba.

Conclusão

Deu para ver que as igrejas históricas de Imbituba não são, então, apenas testemunhas do passado, mas também pontos de conexão entre a rica história da cidade e o presente vibrante que ela oferece aos visitantes.

Esses marcos arquitetônicos e espirituais representam séculos de cultura e tradição, e ao explorá-los, os visitantes podem mergulhar profundamente na história e na alma de Imbituba.

A diversidade e beleza dessas igrejas não deixarão de cativar aqueles que buscam uma experiência enriquecedora, tanto espiritual quanto cultural, tornando Imbituba um destino imperdível para os amantes do turismo histórico e religioso.

Portanto, ao visitar esta encantadora cidade catarinense, reserve um tempo para contemplar a grandiosidade e a serenidade que essas igrejas oferecem, lembrando-nos de que a história é viva e sempre se desdobra diante de nós.

Vivi e Querlen
Vivi e Querlen

Vivi e Querlem são os gestores da Pousada Gauleses na Praia do Rosa, Santa Catarina, compartilhando uma profunda conexão com a natureza e a paixão pelo mar. Vivi, com 20 anos de experiência em turismo, é uma talentosa artesã que cria peças decorativas para a pousada e é amante do Rock and Roll. Querlem, ex-administrador de empresas, encontrou sua verdadeira paixão no paisagismo da pousada e é um entusiasta do surfe e da música de Bob Marley. Juntos, eles criam uma atmosfera acolhedora e única para os hóspedes, combinando arte, natureza e hospitalidade na Pousada Gauleses.

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